Já se tornou comum notícias de pessoas que tiveram seu celular roubado e tiveram dezenas de milhares de reais transferidos de suas contas bancárias. Criminosos chegaram a movimentar das contas de Bruno De Paula mais de R$ 143 mil, divididos entre empréstimos, transferências via Pix e pagamento de boletos, por exemplo[1].
Depois do roubo do celular, alguns criminosos tentam imediatamente realizar transações através do aplicativo de banco instalado. Mesmo que a senha para confirmar os processos não esteja anotada em algum app do celular, é fácil criar uma nova, uma vez que alguns bancos utilizam o email informado pelo usuário para ajudar na recuperação de senha.
Como muita gente mantém o email logado no próprio aparelho, os ladrões conseguirão ter acesso aos passos seguintes para reativar o acesso. E, caso eles precisem confirmar dados pessoais da vítima (como nome e CPF), as informações podem ser encontradas facilmente no aparelho em mensagens, SMS, email, fotos de documentos.
Por exemplo, para modificar a senha de saque do Picpay é necessário somente informar o CPF do titular da conta. Recebemos diversos relatos aqui no Roubarammeucelular.com sobre pessoas que tiveram o saldo do Picpay zerado pelos infratores em poucos minutos por conta dessa facilidade de modificar a senha.
Tão importante quanto as demais medidas alertadas pelo Roubarammeucelular.com, é informar imediatamente todas as instituições financeiras que você tem conta sobre o furto/roubo do seu aparelho, para que realizem o bloqueio de qualquer transferência bancária, PIX, compras nos cartões de crédito ou débito etc.
Se você foi diligente e avisou antecipadamente os bancos sobre o roubo, a chance de você conseguir barrar toda e qualquer eventual transferência aumenta substancialmente. Ou, no pior dos cenários, caso você solicite a sua instituição bancária o bloqueio das transações, e ainda assim o infrator realize transações, você terá melhores argumentos para buscar sua indenização no Judiciário, ainda que a responsabilidade dos bancos em situações de fraude pela internet seja objetiva, isto é, respondem independentemente de culpa.
Melhor explicando: a única maneira do banco se eximir de sua responsabilidade civil de indenizar os clientes, em situações como essa, segundo o Superior Tribunal de Justiça e o Código de Defesa do Consumidor, é se restar comprovado que as subtrações ocorreram por culpa exclusiva da vítima (quando a vítima colaborou de alguma forma com a ação dos criminosos). Por essa razão, avisar ao seu banco com a maior brevidade possível irá prevenir que os infratores transfiram seus recursos e evitará eventual alegação de culpa exclusiva da vítima em caso de judicialização da demanda.
Priorize os bancos e instituições financeiras que você tenha os aplicativos salvos no aparelho celular, mas não esqueça que os infratores podem ter acesso ao seu e-mail e poderão buscar dados de outros investimentos por lá!
[1]https://www.uol.com.br/tilt/noticias/redacao/2022/05/09/celular-roubado-como-criminosos-invadem-aplicativos-de-banco.htm